terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Era bom no tempo das cavernas...


No seu sistemático e blindado (pela grande imprensa) sucateamento da máquina de cultura do Rio Grande do Sul, as ratazanas de Yeda acabam de fechar as portas da sala de cinema Norberto Lubisco, na Casa de Cultura Mario Quintana. Os eternos tapumes da nunca resolvida "obra" sobre o Café dos Cataventos são o prenúncio de mais terror que ainda pode advir. E ainda tem gente querendo reeleger esses energúmenos que se alimentam do nosso sangue chafurdando na lama do Palácio Piratini...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mais marchinhas da antiga

O povo é proibido de cantar Ai, Seu Mé, marchinha de gozação do sisudo candidato à presidência da República: Artur Bernardes. Seu autor vai em cana.

Ai, Seu Mé,
Lá no Palácio das Águias,
Olé,
Não hás de por o pé.

(Freire Jr. - 1921)


A marchinha Fala Meu Louro fala do mutismo de Rui Barbosa, batido nas urnas por Epitácio Pessoa.

Papagaio louro
De bico dourado
Tu falavas tanto
Qual a Razão
Que vives calado?

(Sinhô - 1920)


Pixinguinha e China iniciam a primeira polêmica da MPB, respondendo ao descaso de Sinhô, que no ano anterior perguntava Quem são eles? A resposta da dupla canta Já te digo.

Ele é alto, magro e feio
É desdentado
Ele fala do mundo inteiro
E já está avacalhado
No Rio de Janeiro

(Pixinguinha e China - 1919)


Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco fazem sucesso com Caboca do Caxangá.

Caboca do Caxangá,
Minha caboca, vem cá.

Rio - 1914)

Madrugada de carnaval


sábado, 13 de fevereiro de 2010

As agruras da imprensa...


MARCHINHAS DE CARNAVAL DE ANTANHO
Fonte:Aos Trancos e Barrancos, de Darcy Ribeiro. Ed. Guanabara, Rio, 1980.
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Maria Cadelária
É alta funcionária
Santou de pára-quedas
Caiu no lero Ó
Ó, Ó, Ó, Ó, Ó.

(Armando Cavalcanti e K. Caldas, na voz de Blecaute -1952)


Bota o retrato do velho
Outra vez
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho
Faz a gente trabalhar.

(Harodo Lobo e Marino Pinto, na voz deFrancisco Alves - 1951)


Ai, Gegê!
Ai, Gegê, que saudades
Que nós temos de você.

(Marchinha getulista de João de Barro e José Maria de Abreu - 1950)


Você conhece o pedreiro Waldemar?
Não conhece?
Mas eu vou lhe apresentar
De madrugada toma o trem da circular
Faz tanta casa e não tem casa pra morar.

(Wilson Batista, 1949)


Canta, samba, canta,
Muita alegria nós precisamos
Está terminando a tirania alemã
A guerra acaba amanhã.

(Grande Otelo e Herivelto Martins - 1945)


Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais escolas de samba, não vai.

(Herivelto Martins - 1942)


Yes, nós temos banana
Banana pra dar e vender
Banana, menina, tem vitaminha
Banana engorda e faz crescer.

(João de Barro e Alberto Ribeiro - 1938)


Quando eu morrer
Não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

(Noel Rosa - 1933)


Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado seu tenente-interventor

(Lamartine Babo -1932)


Gê-e-é: Gê
Tê-e-ú: Tu
Lê-e-i: Li, ô
Gê-tu-li-o.

(Lamartine Babo -1931)


Taí
Eu fiz tudo pra você gostar de mim
Oh, meu bem, não faz assim comigo não
Você tem, você tem que me dar seu coração.

(Joubert de Carvalho na voz de Carmen Miranda - 1930)


Dondoca, dondoca
Anda depressa
Que eu belisco essa pernoca.

(J. F. de Freitas e Margarida Max debochando da campanha contra a bolina -1927)


Zizinha, Zizinha
Ó, vem comigo
Minha santinha, vem
Eu também quero uma casquinha.

(J. F. de Freitas - 1926)


Gozar até cansar
Ai como é bom viver
E como o Pai Adão pecar
Pecar, pecar
Gozar, gozar, gozar
Até cansar.

(Eduardo Souto - 1924)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nos primórdios do carnaval do Rio de Janeiro, ali por 1900, as marchinhas populares abordavam
temática política com deboche e coragem. Hoje temos músicas metidas a engraçadinhas, mas
de senso crítico duvidoso e mensagens pasteurizadas pela Big Sister Rede Globo. Pena.

Mais um carnaval...