
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Caminhão de mudanças
Era a namorada que, após algumas semanas comigo, chegou dirigindo seu caminhão de mudanças e me ordenou: entra! Subi na carroceria e, surpreso, deparei com todas as minhas coisas acomodadas ali. Quem disse que eu queria isso? Vociferei uma praga horrenda quando o veículo entrou em movimento e num zás aquela joça perdeu o freio, entrando de mau jeito na esquina do final da lomba, virando na curva e esparramando tudo pela praça. Antes mesmo que a poeira baixasse, pobre moçoila já se atirava em desespero na tentativa de juntar a cacaria.
Os segredos ficaram deveras contentes por reencontrar a sombra do guarda-chuva extraviado. Umberto Eco e Veríssimo subiram até o parquinho, onde Foucault gargalhava após trocar seu pêndulo por um balanço vermelho. Meu olhar de desconfiança caiu direto sobre a mão que já movimentava uma caneta de desenho. Alemão Blau escapou do livro de tiras para levar uma cerveja ao general, que há décadas vinha passando sede comandando o monumento aos mortos no Paraguai. Inconformidades saltitantes pousadas na copa das palmeiras cagavam sem escrúpulo na cabeça da auto-censura, enquanto um rebanho de anedotas debochava gordamente à passagem da roupa de domingo.
Pela sarjeta escorrem vários amores, mas, antes que cheguem à boca-de-lobo, jogam âncoras para observar um cachorro que arrasta pelos cabelos a minha galinha mais pervertida. O baú da hipocrisia faz que nada vê, trancado junto a um poste, sem perceber que o cinismo, livre do seu frasco, já lhe arromba o cadeado.
Cacoetes fazem algazarra sobre os fios de luz, provocando o riso dos pardais. Caricaturas se libertam das pastas e se amontoam no campinho de futebol, onde as canelas são sempre mais importantes do que a bola. Meu anjo da guarda, cuja verdadeira vocação era a de árbitro, tem as asas depenadas em 32 segundos. As boas idéias pulam pela calçada vestindo minhas cuecas – que é onde ficam a maior parte do tempo. A decência e a vergonha conversam com a libido ao redor de uma garrafa de testosterona.
Sinto a piedade por perto, mas é o sadismo que se aboleta sobre a porta quebrada de um armário, deliciado com o espetáculo. As revistas de mulher pelada se desmancham ao vento, e acho que nunca a praça ficou tão florida.
Tudo o que tenho está ali, esparramado na desordem do acidente. Fico dono daquilo de que abro mão, do que dou ao mundo. O essencial carrego comigo. E isso a moça jamais vai entender. Passará horas ou dias tentando juntar a minha mudança que ela tanto queria. Então, quando o caminhão estiver novamente consertado e cheio, somente a tralha inútil terá restado.
Os segredos ficaram deveras contentes por reencontrar a sombra do guarda-chuva extraviado. Umberto Eco e Veríssimo subiram até o parquinho, onde Foucault gargalhava após trocar seu pêndulo por um balanço vermelho. Meu olhar de desconfiança caiu direto sobre a mão que já movimentava uma caneta de desenho. Alemão Blau escapou do livro de tiras para levar uma cerveja ao general, que há décadas vinha passando sede comandando o monumento aos mortos no Paraguai. Inconformidades saltitantes pousadas na copa das palmeiras cagavam sem escrúpulo na cabeça da auto-censura, enquanto um rebanho de anedotas debochava gordamente à passagem da roupa de domingo.
Pela sarjeta escorrem vários amores, mas, antes que cheguem à boca-de-lobo, jogam âncoras para observar um cachorro que arrasta pelos cabelos a minha galinha mais pervertida. O baú da hipocrisia faz que nada vê, trancado junto a um poste, sem perceber que o cinismo, livre do seu frasco, já lhe arromba o cadeado.
Cacoetes fazem algazarra sobre os fios de luz, provocando o riso dos pardais. Caricaturas se libertam das pastas e se amontoam no campinho de futebol, onde as canelas são sempre mais importantes do que a bola. Meu anjo da guarda, cuja verdadeira vocação era a de árbitro, tem as asas depenadas em 32 segundos. As boas idéias pulam pela calçada vestindo minhas cuecas – que é onde ficam a maior parte do tempo. A decência e a vergonha conversam com a libido ao redor de uma garrafa de testosterona.
Sinto a piedade por perto, mas é o sadismo que se aboleta sobre a porta quebrada de um armário, deliciado com o espetáculo. As revistas de mulher pelada se desmancham ao vento, e acho que nunca a praça ficou tão florida.
Tudo o que tenho está ali, esparramado na desordem do acidente. Fico dono daquilo de que abro mão, do que dou ao mundo. O essencial carrego comigo. E isso a moça jamais vai entender. Passará horas ou dias tentando juntar a minha mudança que ela tanto queria. Então, quando o caminhão estiver novamente consertado e cheio, somente a tralha inútil terá restado.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
A mardição do charque
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Dia 16, níver da Mar

É da Marjorie, filha mais velha, o níver de hoje. Mulher feita de brilhos sempre surpreeendentes, não precisa de linhas pra escrever seu mundo. Lembra uma pandorga deliciada no abandono - o fio se rompe! - ao vento de setembro. E o senso de humor dessa criatura vai além do exercício intelectual refinado. É uma provocação pra aqueles que topam fazer da vida uma navegação sem instrumentos pelos mares da beirada do mundo.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Segundo níver de 15 de setembro

Varna é uma cidade histórica da Bulgária, onde as legiões romanas já passeavam na expansão do seu grande império. Varna também é o nome de uma senhora que, apesar de mim, hoje completa 77 anos. Trata-se da pianista e professora de idiomas que, não por acaso, é minha mãe. Ela e Gustavo, seu neto (e meu filho caçulinha), festejam na mesma data. No entanto, se alguém tiver algo contra mim, que vá reclamar com ela, que me botou no mundo.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Cartum do Guto 1
sábado, 12 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
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